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Após a realização da higiene bucal com escovas dentais por um período de 1 a 4 minutos, e armazenando-as em condições usuais, estas podem ser contaminadas por diferentes tipos de bactérias, inclusive estreptococcos do grupo mutans ( microorganismos causadores da doença cárie ), vírus, leveduras, parasitas intestinas, provenientes da cavidade bucal ou do meio ambiente.
Uma vez que pode haver contato entre escovas de diferentes membros da família nos recipientes sobre a pia ou nos armários de banheiro, por exemplo, sua desinfecção deve ser efetuada após sua utilização.
A melhor opção é lavar a escova em água corrente após seu uso, remover todo o excesso de água e borrifar um anti-séptico ( gluconato de clorexidina a 0,12% – Periogard® ) eficaz na eliminação do estreptococcos mutans das escovas dentais, em todas as direções da cabeça da escova, particularmente nas cerdas. Em seguida, a escova poderá ser acondicionada em seu lugar habitual. Antes da próxima escovação, a escova deve ser lavada em água corrente. Importante lembrar, que após a escovação, não se deve secar a escova com toalha de rosto ou banho, pois isso pode aumentar ainda mais a contaminação. O excesso de água deve ser removido por meio de batidas da escova na borda da pia do banheiro.
Não há que se reprovar a iniciativa da indústria, que desenvolveu modelos de escovas dentais que vêm acompanhadas de um estojo para proteger as cerdas, pois ele é útil quando guardamos as escovas na bolsa, por exemplo, evitando o seu contato com dinheiro, carteira, etc. Porém, no dia-a-dia, a escova deve ser conservada em local seco, após a desinfecção com anti-séptico. Alguns estudos comprovaram que escovas dentais que permanecem fora do armário no toalete podem ser infectadas por coliformes fecais. Isso ocorre porque microrganismos como os coliformes fecais, presentes no aerossol que se forma após a descarga, podem depositar-se nas cerdas da escova sobre a pia do banheiro e proliferar. Dessa forma, após a desinfecção, as escovas devem ser guardadas preferivelmente, no armário do banheiro.
A contaminação microbiana das cerdas das escovas dentais sofre a influência de inúmeros fatores, destacando-se o tipo de dentifrício, que pode conter agentes antimicrobianos como o flúor ou o triclosan, os quais ocasionam uma redução dessa contaminação. O uso de dentifrício contendo triclosan reduz em até 60% a contaminação bacteriana por estreptococcos do grupo mutans, enquanto o dentifrício fluoretado reduz a contaminação em, aproximadamente, 23%.
As escovas dentais devem ser trocadas freqüentemente: indivíduos sadios devem trocar suas escovas a cada 3 a 4 meses; indivíduos com gripe ou outras doenças infecciosas devem trocá-las no início e após a cura; indivíduos que sofreram quimioterapia ou que são imunodeprimidos devem trocá-las a cada 2 dias; e indivíduos que sofreram grandes cirurgias devem trocá-las diariamente. No entanto, essa alta freqüência de troca de escovas é inviável, sendo satisfatório um tempo de 3 a 4 meses, desde que as escovas sejam submetidas à desinfecção diariamente.
Fonte : Revista APCD – 04/2004
 
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